Crianças são estimuladas a ler por influência dos pais
Foto: Tchiago Inague
Yasmin aproveita os momentos de folga para ler
David Santos
Luis Dalle
Mayne Santos
Tchiago Inague
O Instituto Paulo Montenegro aponta que no Brasil cerca de 70% da população não tem o hábito de ler. Diante deste cenário, as crianças que leem estão em extinção, pois a internet e a televisão são os meios preferidos delas, tanto no processo de aprendizagem quanto de entretenimento.
Os gêmeos Omar e Yasmin Algazal, de 12 anos, cursam o 7º ano do ensino fundamental, sempre estudaram juntos, têm amigos em comum, no entanto, hábitos diferentes. Yasmin já perdeu a conta dos livros que leu desde o início deste ano. “O livro que estou lendo atualmente chama-se ‘O caçador de Pipas’”, diz. Já Omar afirma que lê apenas as obras exigidas pelo colégio. “Eu prefiro jogar videogame ao invés de ler um livro”, comenta.
Marinez Algazal, mãe dos gêmeos, afirma que sempre incentivou os dois a lerem, uma vez que sempre teve esse hábito. “A Yasmin, no início da alfabetização, à noite, enquanto todos já estavam dormindo, ia ao banheiro, acendia a luz, para ler gibis e livrinhos. Já Omar sempre fugiu dos livros, prefere pintar, criar, mexer no computador em vez de ler”, diz.
A pós-doutora em literatura infantil, Renata Junqueira, afirma que a criança uma vez inserida dentro de uma família com pais leitores recebe o estímulo para ler. “Quando ela vê o pai folheando um jornal, uma revista, vai ser despertada pela curiosidade, e indagar: ‘o que meus pais estão fazendo que lhes dão prazer?’”, afirma.